Você se lembra de como era no começo?
Quando a empresa era menor, e cada novo cliente era uma celebração. O telefone tocava e a gente provavelmente sabia quem era antes mesmo de atender. Cada conversa era uma aula, cada feedback era pessoal. A confiança era construída no um a um, em tempo real.
Não havia departamentos, apenas pessoas. Não havia processos rígidos, havia bom senso e a agilidade de resolver o problema do cliente na hora. A gente não tinha muitos recursos, mas tinha uma proximidade que valia mais do que qualquer verba de marketing.
E então, o que todos nós esperamos acontece: a empresa cresce.
O crescimento é a meta, mas ele tem um custo silencioso. Aos poucos, aquela conversa pessoal começa a se perder. Para dar conta do volume, a gente cria processos. Para organizar, a gente cria departamentos. O cliente, que antes tinha um nome, vira um número de ticket. A conversa, que era fluida, vira um script.
A gente se esconde atrás de e-mails automáticos e formulários de contato, não por maldade, mas por necessidade. É o paradoxo do sucesso: quanto mais gente conseguimos alcançar, mais difícil fica conversar de verdade com uma única pessoa.
A tecnologia digital tentou resolver isso, mas por muito tempo, ela só nos deu megafones. Um post em rede social, um e-mail em massa… são ferramentas para falar para muitos, mas não para conversar com um.
Mas algo mudou. O WhatsApp entrou no jogo.
Pela primeira vez, a tecnologia nos deu uma ferramenta que permite estar, em escala, no mesmo lugar íntimo e pessoal que aquela ligação do começo: o bolso do nosso cliente.
A oportunidade que surge é imensa, mas o risco também. Apenas mandar mensagens em massa no WhatsApp é usar a tecnologia nova para cometer o erro antigo. É invadir a sala de estar do cliente para gritar um anúncio.
O verdadeiro desafio, e a parte mais interessante, não é apenas usar o WhatsApp. É usar a inteligência para resgatar a sensação daquela conversa do começo. É sobre usar a tecnologia não para parecer uma empresa maior, mas para voltar a parecer humano de novo.
E essa capacidade de parecer humano em escala não acontece por acaso.
Ela precisa de uma memória, de um cérebro que conecte todos os pontos da jornada de cada cliente. Aqui, o CRM deixa de ser um simples arquivo de contatos e assume seu verdadeiro papel: o de ser o cérebro daquela conversa do começo.
É o CRM que lembra o nome do cliente, que sabe o que ele comprou no passado e qual página do site ele visitou hoje. É ele que nos dá o contexto para que uma mensagem automatizada no WhatsApp não soe como um anúncio genérico, mas sim como a continuação natural de um diálogo individual.
Afinal, a tecnologia só nos torna mais humanos quando ela nos ajuda a lembrar de sermos humanos, um cliente de cada vez.