Gentileza gera gentileza, até quando se trata de IA

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Você costuma dizer “por favor” e “obrigado” quando conversa com a inteligência artificial? Essa gentileza aparentemente inofensiva pode estar impactando mais do que você imagina – tanto a qualidade das respostas que recebe quanto a forma como você se posiciona diante da tecnologia.

Recentemente, Danilo Gatto, professor de Inteligência Artificial na FGV e membro da ABNT, comentou um estudo revelador: interações educadas com grandes modelos de linguagem (LLMs), como o ChatGPT, tendem a gerar respostas melhores. O motivo? Esses modelos são treinados com grandes volumes de dados e identificam padrões de conversas de alto nível – normalmente mais claras, intencionais e ricas em informação – quando encontram termos como “por favor” e “obrigado”.

Ou seja: educação digital influencia a performance da IA.

Agora pense além da resposta técnica. Em um cenário cada vez mais dominado por algoritmos, manter a cordialidade ao interagir com uma IA é também um lembrete da nossa própria humanidade. São gestos simples, mas que funcionam como âncoras – pequenos atos de resistência à robotização das relações.

Falar com máquinas de maneira respeitosa não é sobre agradar a IA. É sobre manter vivos nossos próprios códigos de convivência. É um manifesto silencioso de que, mesmo diante da tecnologia mais avançada, escolhemos continuar humanos.

Ser educado com a IA é um ato de autoconsciência.

É um jeito de lembrar que, apesar da eficiência, somos feitos de algo que ela nunca vai replicar: afeto, intenção, contexto, presença.

Porque no fim do dia, o que está em jogo não é só o futuro da inteligência artificial. 

É o futuro da nossa inteligência — cada vez mais cercada da artificial.

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